Hamilton Mourão e as famílias sem figuras masculinas em áreas carentes

       E eis que uma declaração do candidato à vice-presidência de Jair Messias Bolsonaro rendeu por dias após ter sido feita e, pelo visto, vai continuar rendendo mais um pouco, ao menos ao ser usada como argumento para se tentar convencer indecisos a não votar em tal chapa, por exemplo. Não vou defender aqui a chapa em questão, não, vou analisar a fala em questão e tentar demonstrar como parte do alvoroço se deu a partir de uma pura e simples interpretação textual deficiente aliada a uma predisposição a discordar dos componentes da chapa em questão.


Foto: Marcelo Chello / CJ Press / Estadão Conteúdo.


Contextualização

       Na segunda-feira, 17 de setembro, o general Hamilton Mourão (PRTB), candidato à vice na chapa de Jair Messias Bolsonaro (PSL) nas eleições presidenciais de 2018, palestrou por cerca de 01 (uma) hora para empresários e representantes da construção civil em evento promovido pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) com outras 21 entidades, reunidas num grupo chamado "Reformar Para Mudar".


A fala e sua análise

       Infelizmente, não encontrei o vídeo da palestra de Hamilton Mourão na íntegra, apenas trechos, sendo que alguns se encontram "picotados" em momentos cruciais. No caso, tratando dos dois vídeos aqui utilizados, o que se encontra no canal Poder360 traz a parte "nas áreas carentes" e o trecho final dessa linha de raciocínio dele cortados da fala do vice-presidenciável, enquanto o vídeo apresentado durante a edição da manhã de 18 de setembro do Morning Show apresenta a fala do candidato a partir de "eminentemente", omitindo o início da linha de raciocínio dele.
       Por outro lado, as transcrições feitas por portais de notícias também não têm sido impecáveis. Por exemplo, na transcrição da Gazeta do Povo, o trecho em que ele fala "é mãe e avó" é apresentado como sendo "mas mãe e avó", o que parece algo irrisório, mas pode fazer toda uma diferença quanto ao entendimento do que foi e do que não foi dito. O Terra também faz a mesma substituição de "é" por "mas", omite algumas partes e coloca um "é" no lugar do "torna-se realmente" dito pelo candidato após o "por isso".


A transcrição presente na matéria do Terra.


       A seguir, os vídeos presentes nos canais Poder360 e Morning Show, seguidos pela minha transcrição da fala de Hamilton Mourão.


Poder360




Morning Show
(0:56 até 1:18)




Transcrição da fala de Hamilton Mourão

"A partir do momento em que a família é dissociada, surgem os problemas sociais que nós estamos vivendo e atacam eminentemente nas áreas carentes onde não há pai nem avô, é mãe e avó, e, por isso, torna-se realmente uma fábrica de elementos desajustados e que tendem a ingressar nessas narcoquadrilhas que hoje afetam todo o nosso país e em particular as nossas grandes cidades."


Analisando a fala de Hamilton Mourão

       Para a análise a ser feita aqui, deve-se considerar algumas coisas, as quais elenco em tópicos a seguir:


1 - Hamilton Mourão afirma que o surgimento dos problemas sociais vivenciados por nós se dá pela desestruturação da família. Deve-se entender aqui que, por família, se quer dizer "família cristã tradicional", constituída por um homem, uma mulher casados, amasiados ou estavelmente unidos e seus filhos;

2 - Ele diz que tais problemas sociais ocorrem principalmente (atacam eminentemente) nas áreas carentes, ou seja, não está dizendo que são uma coisa única e exclusiva de tal contexto social, mas sim que ocorrem em maior quantidade nele;

3 - Ele afirma que nessas áreas carentes não há nem pai nem avô, o que há é mãe e avó. Óbvio, em tais áreas existem pais e avós, mas o sentido da afirmação é o de que nelas predominam as famílias que só possuem mães e/ou avós e nenhuma figura masculina adulta;

4 - A parte "torna-se realmente" se refere ao trecho "a família é dissociada", tudo o que há entre eles sendo aposto com finalidade explicativa, conforme indicado pela utilização de "por isso".

5 - Ele se refere muito especificamente às narcoquadrilhas, as quais, como bem se sabe, encontram-se dominando áreas onde ou o poder público é fraco ou simplesmente inexistente, ou seja, áreas carentes e de periferia (morros, baixadas, áreas de ponte, as favelas e seria possível incluir, também, áreas de invasão e bairros recentes).


       Portanto, o que se pode entender disso é que o que Mourão efetivamente disse [1] foi que são as famílias de áreas carentes (que são áreas onde o poder público não chega e encontram-se dominadas pelo narcotráfico) estruturadas sem uma figura masculina forte e exemplar [2], devido ao abandono paterno ou mesmo à morte de homens  (por causas naturais ou não), que são principalmente afetadas pelos problemas sociais que vivenciamos diariamente.
       Uma provável explicação que eu vejo para isso seria que a figura do criminoso acaba ocupando essa lacuna paterna para a criança ou adolescente. Outra explicação é que, estando inserido num ambiente dominado pelo narcotráfico, fica muito difícil para os jovens não terem qualquer contato com aqueles que integram a organização local e, nesse caso, consideremos ainda a falta de alternativas para esses jovens e a natural necessidade humana - sobretudo na adolescência - de pertencer a um grupo.
       Não há em tal fala uma culpabilização das mulheres chefes de família pelo recrutamento dos jovens pelas organizações criminosas e os problemas sociais que vivenciamos, o que há é uma constatação do general de que famílias, em áreas carentes, que contam somente com figuras maternas é que são principalmente atingidas, havendo uma tendência para que as mesmas produzam indivíduos desajustados (de comportamento socialmente desajustado) que tendem a entrar para o crime organizado, não por culpa das mulheres que as chefiam, mas por causa da ausência da figura masculina em sua criação - afinal de contas, a família dissociada que Mourão retratou não possui nem pai ou avô.
       Dito isso, farei a seguir umas considerações concernentes à afirmação de que crianças crescidas em lares sem uma figura masculina adulta tendem a enveredar pelo crime.


A fala de Mourão se fundamenta em algo?

       Um fato é que o vice-presidenciável Hamilton Mourão não falou o que falou do nada, sem qualquer fundamento. Antes dele, Drauzio Varella e Barac Obama já haviam se pronunciado quanto a isso. O médico brasileiro, autor de Estação Carandiru e Carcereiros, se pronunciou a respeito no programa Timeline Gaúcha em 2017. Transcrevo, a seguir, as partes relevantes da reportagem que analisa a entrevista dele:

– Na periferia de qualquer cidade brasileira, não tem homem em casa: (eles) fazem filhos e não têm nenhuma responsabilidade. Ficam as crianças com a mãe, dependente da avó, porque a avó também não tem mais marido: desapareceu, foi morto ou trocou ela por uma jovem – afirmou o médico em entrevista ao programa Timeline Gaúcha. – Você tem uma desestruturação familiar que é total.
Drauzio afirma que, nestas condições, "é grande" o risco da população de baixa renda recorrer à venda de drogas como forma de sustento.
– Uma menina que tem três ou quatro filhos com 20 anos de idade vai sustentar essas crianças como? Lógico que ela pode ser uma menina trabalhadora que ache um jeito de se virar na vida, mas o risco de vender droga é grande – avalia. – Ou nós agimos, paramos de aceitar esse nível de diferenças sociais na população brasileira e oferecemos oportunidades para essas crianças, ou eu acho que a situação só vai piorar.
(...)
Mesmo reconhecendo uma desestruturação da base familiar no Brasil, Drauzio afirma que desconhece as razões que levaram a este quadro. O médico pondera que o tema é uma "questão fundamental" para o debate sobre a violência no país.
– A criminalidade brasileira vem, basicamente, das áreas mais pobres das cidades: não é exclusiva, mas é aí que está concentrada. Violência urbana é uma doença contagiosa – avalia.

       Portanto, a declaração de Drauzio Varella é perfeitamente condizente com a declaração do general, mas não apenas com ela. A Síntese de Indicadores Sociais 2017 (SIS 2017) do IBGE, por exemplo, aponta que:


Outro recorte relevante é dos arranjos domiciliares, no qual a pobreza medida pela linha de 5,5 dólares por dia mostra alta incidência no arranjo de mulheres sem cônjuge com filho(s) até 14 anos (55,6%) e ainda maior nesse tipo de arranjo formado por mulheres pretas ou pardas (64,0%), o que indica o acúmulo de desvantagens para este grupo que merece atenção das políticas públicas.


       Isso significa que a maior parte dos arranjos familiares que são constituídos por mulheres sem cônjuge com filhos se encontram abaixo da linha da pobreza (5,5 dólares por dia), dando sentido, portanto, à especificação feita por Mourão.
       Somando-se a isso, pode-se ver que a maior fundamentação para a fala do general Mourão está no estudo dos economistas Gabriel Hartung e Samuel Pessoa no ano de 2007. Tal estudo, intitulado "Fatores demográficos como determinantes da criminalidade" foi tema de uma matéria da Folha de São Paulo  [3] por conta da declaração feita um dia antes dela por Sérgio Cabral Filho (então governador do Rio de Janeiro), declaração em que ele afirmou que a legalização do aborto ajudaria a reduzir a violência. O que isso tem a ver com o estudo em questão?
       Apesar de que o estudo não trata diretamente do aborto, como o próprio co-autor, Gabriel Hartung, afirmou à Folha, é possível traçar uma relação direta entre os seus resultados e os do estudo de Steve Levitt, os quais associam a redução de crimes em Nova York à legalização do aborto feita duas décadas antes da queda na criminalidade.
       A seguir, transcrevo boa parte da matéria da Folha:

Estudo dos economistas Gabriel Hartung e Samuel Pessoa, da Fundação Getúlio Vargas, conclui que fatores como maior proporção de filhos de mães adolescentes ou de famílias onde não há o pai ou a mãe presente aumentam a criminalidade -anteontem, o governador Sérgio Cabral Filho afirmou que a legalização do aborto ajudaria a reduzir a violência.Hartung e Pessoa compararam estatísticas de criminalidade nos municípios paulistas de 1999 a 2001 com taxas de fecundidade verificadas em 1980.No estudo, eles afirmam que a literatura criminal já descobriu fortes evidências de que crianças nascidas de mães solteiras, criadas sem o pai ou nascidas de mães com baixa escolaridade têm mais probabilidade de se envolver em crimes.Hartung ressalva que o estudo não trata diretamente de aborto, tema do livro "Freakonomics", de Steven Levitt, que associa a redução de crimes em Nova York à legalização do aborto duas décadas antes.Na pesquisa, porém, Hartung e Pessoa afirmam que "é possível fazer uma relação direta entre os resultados de Levitt e o nosso". "Relacionamos fração de filhos de mães adolescentes e filhos de famílias em que não há o pai ou mãe presente com a criminalidade 20 anos mais tarde. Não defino [toda] gravidez de mãe solteira ou de mãe adolescente como gravidez indesejada, mas afirmo que uma gravidez na adolescência ou de mãe solteira tem maior probabilidade de ser indesejada", disse Hartung à Folha.Afirmação semelhante foi feita nesta semana pelo economista Marcelo Neri, também da FGV, ao divulgar um estudo. Ao falar da maior probabilidade dos jovens do sexo masculino de se envolverem em atos violentos, Neri diz que "no Brasil, a contrapartida feminina de jovens homens solteiros a atividades criminosas é a incidência da gravidez precoce".(...)

       Esse estudo foi apresentado no XXXV Encontro Nacional de Economia de 2007, em Recife - PE, da Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia - ANPEC, e, em 2009, integrou com outros dois a tese de doutorado de Gabriel Hartung, orientado por Samuel Pessoa, havendo significativas diferenças entre as duas versões. Na página 8 da versão definitiva, há o seguinte gráfico:




       Ao que se segue o comentário:




       No estudo, há, ainda, outro gráfico, referente ao Instituto de Atendimento Sócio-Educativo do Espírito Santo (IASIS):




       Para o qual é feito o seguinte comentário:




       Diante disso, podemos ver que o que o general Hamilton Mourão falou não é desprovido de fundamento, mas também devo informar aqui que o estudo de Gabriel Hartung e Samuel Pessoa se referia às taxas de criminalidade em 2000, como indicado na apresentação da tese. Também deve ser informado que os autores afirmam que tais dados não seriam válidos para o período posterior ao ano 2000, ou seja, pode-se encontrar algum fundamento para a fala de Mourão, mas, ao que tudo indica, tal fundamentação pode não ser válida para o atual momento.
       Aliás, parece que essa correlação entre criminalidade e problemas com os pais, principalmente com a figura paterna, se encontra em outros lugares no passado. Por exemplo, a juventude estadunidense da década de 1950, retratada em filmes como "Juventude Transviada" (originalmente, "Rebel Without a Cause"). O protagonista do filme, interpretado por James Dean, tinha problemas com a sua figura paterna presente em casa, mas absurdamente submissa a uma figura materna excessivamente controladora.



Frank Stark propositalmente enquadrado atrás das grades
do corrimão enquanto limpa a sujeira usando um avental.


       Mas sabemos que a arte imita a vida (mimésis) e uma prova disso é que as gangues juvenis nova-iorquinas daquela época apresentavam muitos membros que possuíam problemas com seus pais. David J. Van Pelt compartilhando da opinião de que:



"(...) um pai engajado ou um modelo masculino consistente e positivo é uma medida de proteção muito boa contra a partição de meninos em gangues. É claro que isso não é uma bala de prata para evitar que garotos constituam gangues, mas, de qualquer forma, é algo que me interessa pessoalmente."


       Quem é David J. Van Pelt? O autor do livro "Brooklyn Rumble: Mau Maus, Sands Street Angels and the End of an Era", que trata de duas gangues nova-iorquinas, e também de uma relação de 40 (quarenta) membros de gangues de Manhattan e do Brooklyn e a relação deles com os pais, sendo possível ver a existência da problemática familiar, sobretudo no que diz respeito à figura paterna. Essa lista você pode conferir no site New York City Gangs.





       E já que mencionamos os EUA, vamos falar da declaração do ex-presidente estadunidense Barac Obama. Essa declaração fez parte das "observações do dia dos pais de Barac Obama" do ano de 2008 na Apostolic Church of God (Igreja Apostólica de Deus) em Chicago e teve o seu texto, fornecido pela campanha do então senador e presidenciável, publicada no New York Times. O trecho de tal declaração que se aparenta ao que o general Hamilton Mourão disse é o seguinte:



Você e eu sabemos como isso é verdade na comunidade afro-americana. Sabemos que mais da metade de todas as crianças negras vivem em lares monoparentais, um número que dobrou - dobrou - desde que éramos crianças. Conhecemos as estatísticas - que crianças que crescem sem pai têm cinco vezes mais chances de viver na pobreza e cometer crimes; nove vezes mais chances de abandonar as escolas e vinte vezes mais chances de acabar na prisão. Eles são mais propensos a ter problemas comportamentais, fugir de casa ou se tornar pais adolescentes. E as fundações da nossa comunidade são mais fracas por causa disso.


       Essa declaração de Barac Obama é de 2008, as estatísticas citadas por ele provavelmente sendo da mesma época, mas são válidos para os EUA e o que temos em referência ao Brasil são apenas dados de um estudo sobre o período que vai de 1980 a 2000, logo, não podemos dizer que há uma fundamentação contemporânea e conterrânea (nacional) para a fala do vice-presidenciável, certo?
       Errado, pois há pelo menos um estudo estatístico referente a esta década: um levantamento do Ministério Público de São Paulo realizado em 2016 e segundo o qual 2 em cada 3 menores infratores não possuem pai dentro de casa. Transcrevo, a seguir, trechos relevantes da matéria da Folha sobre o relatório.

O estudo leva em conta 1.500 jovens entre 12 e 18 anos que cometeram delitos na cidade de São Paulo entre 2014 e 2015. Desse universo, 42% dos jovens, além de não viver com o pai, não tinham nenhum contato com ele.

Ainda segundo os dados, 37% dos jovens entrevistados têm parentes com antecedentes criminais, o que pode indicar uma influência negativa dentro da própria casa. "Pela experiência, é possível dizer que uma família funcional e presente, seja qual for sua configuração, é o primeiro sistema de freios que um jovem terá sobre suas condutas", diz o promotor Eduardo Del-Campo, que durante um ano catalogou casos de menores infratores.


       Além disso, a matéria apresenta declaração de Eduardo Del-Campo quanto ao fato de muitos desses menores infratores não estudarem e sobre a importância de se ter medidas públicas que forneçam alternativas ao jovens. A mesma matéria também traz um trecho que casa um pouco com aquelas duas possíveis explicações que apresentei mais lá pra trás.



Fonte: Folha.


       Portanto, existem também estatísticas mais recentes a respeito da conexão entre a criminalidade e a família sem a figura paterna, ainda que sejam números referentes apenas a São Paulo.



Considerações finais

       Por maiores que sejam as besteiras que o agora presidenciável Jair Messias Bolsonaro e o seu vice, o general Hamilton Mourão, já tenham dito em determinados momentos, a declaração deste último durante a palestra de 17 de setembro de 2018 não chega a ser isso, uma vez que, sim, possui fundamentos quanto ao que foi dito.
       Além disso, é nítido que, em nenhuma parte da referida declaração, há qualquer atribuição, explícita ou implícita, de responsabilidades ou culpa às mães solteiras/viúvas quanto à entrada de seus filhos no mundo do crime. Essa acusação tendo sido feita pelas pessoas propositalmente ou devido a uma interpretação deficiente, ambas provavelmente se devendo a uma predisposição a combater toda e qualquer coisa que Jair Messias Bolsonaro, Hamilton Mourão e qualquer outra pessoa relacionada a eles venha a falar ou fazer.
       Isso fica bastante evidente quando consideramos a quantidade de pessoas  nas redes sociais que se mostrou pessoalmente ofendida com a declaração por ter sido criada apenas pela mãe e/ou a avó, declarando não ter entrado no mundo do crime por conta disso, sendo que muitas dessas pessoas não foram criadas em áreas carentes dominadas por organizações narcotraficantes.
       Portanto, fez-se uma tempestade num copo d'água motivada por uma antipatia a quem falou e isso, de se querer anular o que alguém disse porque a pessoa em questão não é bem vista ou se enquadra em determinado estereótipo político-ideológico, é uma coisa muito ruim na medida em que se pode acabar cometendo o erro de negar uma realidade que está posta e não se fazer o debate que deve ser feito a respeito dela, para revertê-la - como é o caso da realidade descrita pelo general e veja que isso não necessariamente significa defender que o único modelo possível de família seja aquele composto por um marido, uma esposa e filhos.





NOTAS

[1] Aqui é importante distinguir "dizer" de "falar", pois, enquanto este último se refere ao ato de se pronunciar oralmente, o primeiro carrega o sentido de transmissão de informação. Portanto, você pode dizer algo de maneira falada ou não. Por exemplo, dependendo do contexto, o silêncio pode ser uma resposta e dizer muito mais do que se a pessoa falasse.

[2] "Exemplar" no sentido de servir de exemplo mesmo, de ser visto como heróis pelo(s) filho(s), por exemplo.

[3] Essa matéria foi publicada no dia 26 de outubro de 2007 e, no dia seguinte, a Folha de São Paulo publicou um artigo de opinião do Gabriel Chequer Hartung, onde ele defende que a legalização do aborto ajudaria a diminuir a criminalidade.





REFERÊNCIAS

Antônio Gois. Estudo de economistas da FGV relaciona criminalidade à desestrutura familiar. Publicado em: 26 Out 2007. São Paulo. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2610200727.htm>.

Barac Obama. Obama's Father's Day Remarks. Publicado em: 15 Jun 2008. Disponível em: <https://www.nytimes.com/2008/06/15/us/politics/15text-obama.html>.

David J. Van Pelt. Gang Boys' relationship with their fathers. Disponível em: <http://newyorkcitygangs.com/?page_id=1789>.

Estadão Conteúdo. Famílias sem pai e avô, mas com mãe e avó são fábricas de desajustados, diz Mourão. Publicado em: 17 Set 2018, 18h07. Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2018/familias-sem-pai-e-avo-mas-com-mae-e-avo-sao-fabricas-de-desajustados-diz-mourao-9hx8507ckxqnhx4csuntxkbz8>.

Fabrício Lobel; Rogério Pagnan. 2 em cada 3 menores infratores não têm pai dentro de casa. Publicado em: 27 Jun 2016, 02h00. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/06/1786011-2-em-3-menores-infratores-nao-tem-pai-dentro-de-casa.shtml>.

Gabriel Chequer Hartung; Samuel Pessoa (Orientador). Fatores demográficos como determinantes da criminalidade. XXXV Encontro Nacional de Economia da ANPEC, 2007, Recife-PE. Disponível em: <http://www.anpec.org.br/encontro2007/artigos/A07A112.pdf>.

Gabriel Chequer Hartung; Samuel Pessoa (Orientador). Fatores demográficos como determinantes da criminalidade. In: Ensaios em demografia e criminalidade. Rio de Janeiro, 2009. 101 p. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/6616/Tese%20de%20Doutorado%20-%20Gabriel%20Hartung.pdf?sequence=1>.

Gaúcha Zero Hora. Criminalidade tem relação com "desestruturação familiar" no Brasil, afirma Drauzio Varella. Publicado em: 16 Jan 2017, 13h21. Atualizado no mesmo dia, 20h04. Disponível em: <https://gauchazh.clicrbs.com.br/seguranca/noticia/2017/01/criminalidade-tem-relacao-com-desestruturacao-familiar-no-brasil-avalia-drauzio-varella-9391866.html>.

IBGE, Coordenação de População e Indicadores Sociais. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira: 2017. Rio de Janeiro: IBGE, 2017. 147 p. Estudos e pesquisas. Informação Demográfica e Socioeconômica, ISSN 1516-3296; n 37. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101459.pdf>.

Marcelo Osakabe, Gilberto Amendola, Augusto Decker. Mourão: família sem pai e avô é 'fábrica de desajustados'. Publicado em: 17 Set 2018, 17h23. Atualizado no mesmo dia, 20h43. Disponível em: <https://www.terra.com.br/noticias/brasil/politica/mourao-fala-em-reformar-constituicao-e-diz-que-familia-sem-pai-e-avo-e-fabrica-de-desajustado,3172c4488f18633b0c89280a49ba6e4ad930bxis.html>.

Morning Show. "Família sem pai/avô é fábrica de desajustados": fala de Mourão estava certa? Publicado em: 18 Set 2018. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=zLUPfdO_cSg>.

Poder360. Famílias sem pai e avô criam "fábrica de desajustados", diz General Mourão. Publicado em: 18 Set 2018. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=AMc1Lx84mak>.

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